Acabou Chorare 1972

Acabou Chorare 1972

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Acabou Chorare é o segundo trabalho do grupo Novos Baianos – o primeiro foi É Ferro Na Boneca, gravado em 1970, quando o grupo morava em São Paulo. Morando no Rio De Janeiro, os músicos tiveram contato com João Gilberto, que teve influência fundamental para os rumos que a banda teria.

O violonista baiano inspirou Os Novos Baianos a relançarem "Brasil Pandeiro" - samba dadécada de 1940 de Assis Valente, feito para Carmen Miranda cantar. A faixa-título do disco ficou mais de 30 semanas entre as mais tocadas nas rádios brasileiras. O nome "Acabou Chorare" teria sido inspirado em uma história contada por João ao grupo, sobre sua filhaBebel, que costumava misturar o português com o espanhol (que aprendera no tempo em que morou com os pais no México). Em uma ocasião, Bebel abriu um berreiro ao tropeçar e a frase foi dita para consolar o pai que demonstrava preocupação. O sucesso "Preta Pretinha" foi composto sobre versos de Luiz Dias Galvão, feitos para uma moça que ele conhecera em Niterói.

O disco foi re-masterizado e re-lançado em CD no ano de 2004, em comemoração dos 35 anos da gravadora Som Livre, junto com outros 25 clássicos da música brasileira.

A musicalidade do grupo havia sofrido uma mudança significativa desde seu último trabalho. Passaram a fazer canções com mais influência da música brasileira. Canções como "Tinindo Trincando", além do rock, teve incorporados ritmos do nordeste, o principal deles o baião. A canção-título, "Acabou Chorare" tinha fortes traços da bossa nova, gênero de João Gilberto. "Mistério do Planeta" e "A Menina Dança" são típicas canções de MPB, ambas com grandes trabalhos de guitarra de Pepeu Gomes. "Preta Pretinha" – maior sucesso comercial da carreira dos Novos Baianos – é uma balada de seis minutos influenciada pela tropicália. Também apresentam o instrumental versátil "Um Bilhete para Didi".

Apesar de todas as mudanças, os Novos Baianos trabalharam com mais entusiasmo um gênero musical, o samba, presente nas canções "Brasil Pandeiro", "Swing de Campo Grande" e "Besta é tu". Depois do lançamento de Acabou Chorare, o samba continuou sendo um dos principais gêneros do conjunto.

O disco influenciou muitos artistas que surgiram a partir de então. Os principais sucessos foram "Preta, Pretinha" e "Acabou Chorare", muito executados nas rádios no ano de 1972. O álbum foi colocado na Lista dos 100 maiores discos da música brasileira da versão brasileira da revista Rolling Stone como o melhor disco brasileiro de todos os tempos[1], na frente de grandes clássicos como Transa de Caetano Veloso, Expresso 2222 de Gilberto Gil e Chega de Saudade de João Gilberto.